Retomando agora algumas anotações
passadas, lembrando do segundo semestre do ano de 2016, num dos trabalhos da
disciplina de Textos Fundamentais do Ocidente II, devíamos escolher uma dentre
quatro obras para apresentar um ensaio como trabalho final. Li e fiz o trabalho
sobre “Os Sofrimentos do Jovem Werther”, de Goethe. No começo, tinha ficado com
a leitura de “Crime e Castigo”, de Dostoiévski, porém, desde o início, já
estava de olho em Goethe. Infelizmente, das quatro obras que deveriam ser no
mínimo lidas, “Crime e Castigo” acabou ficando para trás. Pelo volume da obra,
talvez? E por eu estar com oito disciplinas? Isso pode ter contribuído também.
A princípio, a leitura que tive com
Werther fluiu e reli mais de uma vez antes de definir o tema e aproveitei para
ir selecionando palavras-chave que poderiam me ajudar futuramente, seguindo com
uma leitura paralela sobre o pré-romantismo e romantismo europeu,
características do gênero, etc. Em uma das conversas com a professora, surgiu
uma ideia de tema. Entretanto, minutos depois, voltou a vontade de seguir por
um rumo que se encaixava com parte da experiência de vida que estava tendo e,
apesar da escassez de conteúdo sobre o que eu havia definido, continuei, pois
achei necessário fazer daquilo que tinha em meu coração – seguindo um pouco do
exemplo que estava vendo diante de mim – e tudo parecia oportuno.
Quando chegou o momento da
apresentação do seminário, me sentia bem e em dia com o que tinha lido,
conseguindo ter uma boa nota. Logo após, na semana seguinte, vieram as épocas
de paralisações, e o ensaio pra escrever. Acabei aproveitando boa parte desse
tempo para ler o “Retrato de Dorian Gray” e “Madame Bovary”, mas nada do
ensaio. Foram dias invernais longos. Estava em um alojamento, pois o
apartamento em que moro atualmente, na casa do estudante universitário da UFSM,
estava em reforma. Antes de entrar no ritmo entediante das ocupações, foram
noites tardias e agradáveis (tá, não tão agradáveis assim, devido ao frio) que
passei na biblioteca central, pois o alojamento era divido entre sete pessoas,
ou seja, um tanto quanto conturbado pra se ler. A chuva e o frio foram tão complicados
quanto morar com mais essa galera, principalmente pra mim que não me considero
sociável e gosto de ter o mínimo de privacidade.
Enrolei pra fazer o ensaio, deixei
pra última hora, e terminei em dois dias. O resultado foi uma nota não tão boa
quanto o que esperava, não tão boa como a do seminário. E esse foi meu pecado,
deixe-me influenciar pelos problemas políticos e circunstanciais que me
cercavam. O meu abatimento refletiu sobre meu trabalho. Se o tivesse feito
antes, na hora em que ainda estava tudo quente, na mente, teria sido diferente.
Sei disso, agora ainda mais... Muitas vezes, na hora, naquele momento, não
conseguimos nos desvencilhar dos tropeços da vida que nos empacam. Pensamentos
negativos vem, em meio a ociosidade, e te deixam mal por uns instantes. Mas o
importante é saber que somos capazes de ir além, de aprender com os problemas e
seguir adiante, tentar o melhor e ver o que vai dar. Se não der nada, ao menos
tentamos.
Valeu!
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